Sobre
Em julho de 1986, embarquei para a Polônia em um intercâmbio cultural de cerca de 15 dias. Logo ao chegar em Varsóvia, um choque cultural me atingiu: ainda sob domínio soviético, o país emanava um clima de censura e controle. Um grupo de brasileiros — acostumado à plena liberdade de expressão — logo passou a ser observado com desconfiança.
Foi andando pelas ruas de Varsóvia e Cracóvia que experimentei um tipo diferente de liberdade: a manifestada em cartazes de cinema, teatro, ópera e outros eventos culturais. Um banquete visual para um designer em formação: imagens impactantes, tipografia disruptiva, composições e cores distintas dos padrões ocidentais — uma estética tão poderosa que se tornava sua própria forma de resistência. Por trás de sua beleza, esses cartazes escondiam críticas sutis ao regime socialista — mensagens inteligentes demais para serem detectadas facilmente pelos censores. Esse, na verdade, foi o real choque cultural.
Naquele momento, prestes a ingressar no curso de comunicação visual, percebi que a paixão que eu buscava estava ali: no design gráfico como forma de expressão política e cultural.
O cartaz moderno só surgiu por volta de 1860, quando a litografia barateou e facilitou a produção em cores vibrantes. Jules Chéret, considerado o pioneiro do cartaz moderno, lançou sua carreira em 1867 com um cartaz teatral de Sarah Bernhardt. Suas composições radiantes dominaram a cena parisiense nas últimas décadas do século XIX e influenciaram artistas como Toulouse-Lautrec — que, dizem, financiava suas saídas noturnas com o sucesso de seus famosos cartazes do Moulin Rouge.
No século XX, o cartaz tornou-se um poderoso meio de comunicação: prático, barato e eficiente, precisava apenas de um impresso e uma parede para alcançar o público. Serviu para divulgar produtos, cultura, ideologia política e convocar a população — um suporte visual direto e universal.
O cartaz, que parecia meio esquecido na era digital, hoje está mais forte do que nunca. Em 2025 tivemos dezenas de festivais, exposições e bienais ao redor do mundo celebrando essa forma de arte visual — e os números provam a força disso.
Na Golden Bee 2024, a famosa Bienal Global de Design Gráfico em Moscou, o número de trabalhos inscritos foi de mais de 15 mil cartazes, um recorde não só para esse evento, mas pra qualquer bienal parecida no mundo inteiro! Desses, só uns 1.300 foram escolhidos para a exposição final — uma consagração do cartaz como peça artística.
Já a BICeBé 2025, na Bolívia, foram 12.648 cartazes enviados por designers de nada menos que 91 países! Desses, só 484 foram selecionados para a exposição principal — uma curadoria bastante exigente.
E não para por aí: a BICeBé ainda trouxe debates, oficinas, conversas, palestras com designers nacionais e internacionais — foi um evento completo, de design pra pensar, criar e transformar
Hoje em dia, o cartaz é uma plataforma naturalmente comprometida com temas sociais, políticos e ambientais — justamente aquelas pautas que ganham impacto extra com uma boa expressão visual. Por tradição, esse formato sempre serviu como espaço de experimentação. Afinal, quem costuma contratar cartazes é, na maioria das vezes, gente da área artística — teatro, cinema, música — ou então se trata de um concurso com liberdade total de criação. Isso dá o espaço perfeito para o designer pôr suas ideias à solta de forma mais autônoma.
Assim como na Polônia das décadas passadas, hoje designers do mundo todo usam os cartazes para traduzir críticas, reflexões e posicionamentos sobre o tempo em que vivemos — livres da interferência de grandes veículos de comunicação. Isso permite algo raro: acessar visões autênticas, sem filtros, expressas diretamente pelo artista, sejam coladas em um muro ou compartilhadas no Instagram.
Essa exposição surge quase 40 anos após aquela viagem em que compreendi o verdadeiro poder das imagens – e faz também quase quatro décadas que conheci o Naotake. Fomos colegas de faculdade, depois sócios, amigos e parceiros nos rituais de cerveja nas manhãs pós-aula. Debatíamos design, trabalhos e professores até a última gota. Nao, sinto falta daqueles goles gelados às 11h da manhã.
Marcos Minini
Curadoria
Narrativas da Imaginação: A Arte dos Cartazes de Naotake Fukushima apresenta cartazes que vão além da função informativa, tornando-se verdadeiros difusores de arte, cultura e memória. Com uma linguagem simbólica, técnicas diversas e sensibilidade estética, essas obras se configuram simultaneamente como testemunhos históricos e meios de comunicação, capazes de provocar, sensibilizar e registrar o espírito de seu tempo.
A exposição celebra um dos grandes nomes do design em Curitiba, valorizando sua contribuição para a memória visual da cidade e para a arte do cartaz. Aqui, o cartaz surge não apenas como suporte gráfico, mas como expressão artística, como uma voz que dialoga com o tempo e com as pessoas. Para aprofundar essa leitura, o designer Marcos Minini, cartazista curitibano premiado internacionalmente, participa com seu texto, ampliando o caráter poético e crítico da mostra e reforçando o poder do cartaz como meio de reflexão e comunicação.
Curitiba, integrante da Rede de Cidades Criativas da UNESCO e reconhecida como Cidade do Design, reafirma seu compromisso com iniciativas que estimulam a criatividade e a produção cultural. Os cartazes de Naotake, ao transmitirem ideias, memórias e símbolos, enriquecem o panorama cultural da cidade e fortalecem sua identidade como polo de inovação, mostrando como a arte gráfica se conecta com a vida urbana e com as histórias que a constituem.
O projeto estabelece também pontes com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), reafirmando seu compromisso com a educação, a cultura e a inovação. O ODS 4 – Educação de Qualidade se manifesta nas atividades que promovem acesso ao conhecimento e à sensibilidade estética. O ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura se revela ao destacar o design como motor criativo, capaz de gerar soluções e diálogos entre arte, tecnologia e sociedade. Já o ODS 17 – Parcerias se concretiza na integração entre instituições culturais e espaços de exposição, ampliando o alcance da proposta e fortalecendo redes de difusão artística e social, que ecoam a própria prática colaborativa do autor.
A seleção de 16 cartazes, que integra a diversidade de sua produção, revela mais de três décadas de atuação no design gráfico, atravessando eventos acadêmicos, culturais, sociais e artísticos. Eles vão do pioneirismo do 1º NDesign (1991) à reflexão crítica da II Bienal Brasileira de Design (1992), passando por produções ligadas à dança, festivais universitários e celebrações culturais, como Mia Cara Curitiba e os 150 anos da Imigração Polonesa no Brasil. Incluem ainda respostas a temas globais, como a pandemia, e participações em mostras e concursos nacionais e internacionais, como o Prêmio Design MCB, o Varal do Design e a Bienal de Varsóvia. Projetos relacionados ao cinema – nas edições do Santos Film Fest – e obras que abordam questões políticas e sociais contemporâneas, como na mostra Imagens de Lutas. Imagens de Resistência e na exposição do fanzine Ovo de Colombo, reafirmam o compromisso de Naotake com a narrativa visual como ferramenta de reflexão, conexão e memória cultural.
A exposição ganha uma dimensão especial ao ocorrer em seu próprio local de trabalho, a universidade, onde, na condição de professor, designer e artista gráfico, promove o diálogo entre teoria e prática. Esse contexto fortalece a dimensão educativa e cultural da mostra, ampliando a experiência para estudantes, profissionais e para o público em geral.
A sala de exposições Arte, Design e Cia., no prédio Dom Pedro II da UFPR, acolhe o conjunto de obras selecionadas, aberta gratuitamente ao público. A mostra conta ainda com hotsite acessível, legendagem descritiva nas divulgações e audiodescrição das obras, garantindo uma experiência inclusiva. Este catálogo digital, concebido no formato de kit de postais com as reproduções, convida cada visitante a levar consigo um fragmento da exposição, prolongando o diálogo com as imagens e a sensibilidade que elas despertam.
Mari Ines Piekas
Curadora
Autor

Naotake Fukushima, designer e professor da UFPR, formado em Design Gráfico pela mesma universidade em 1992. Concluiu mestrado em 2009 e doutorado em 2018, ambos em Design, com foco em sustentabilidade e design de serviços, respectivamente. É designer na Nexo Design e Editora Insight, além de cofundador e ex-presidente da ProDesign>PR. Produziu cartazes de destaque, incluindo a seleção na Bienal do Cartaz de Varsóvia em 2023. Ganhou o prêmio Bornancini de Design como livro “Investindo no próprio tom” de Paulo Venturelli sobre a Helena Kolody. Ilustrou com linoleogravura o caderno de receitas do encarte do livro da Regina Casillo, “Lampião e a Festa de Casamento”.
Ficha Técnica
Coordenação: Naotake Fukushima – [email protected]
Curador: Naotake Fukushima e Mari Ines Piekas
Produção: Beatriz Marçal
Assistente de Produção: Maria Sousa
Texto de Apresentação: Marcos Minini
Audiodescrição: Casa Consultoria
Diagramação do Catálogo: Gerson Luiz Cordeiro e Marina Mendonça
Palestra e Oficina: Marcos Minini
Web Designer: Marina Mendonça
Fotografia: Gilson Camargo
Divulgação: Gabriela de Paula Bornatto
Assessoria de Imprensa: Brisa Teixeira
Revisor: Alvaro Posselt
Cartazes
















Exposição
A exposição Narrativas da Imaginação: A Arte dos Cartazes de Naotake Fukushima apresenta 13 cartazes que revelam a criatividade e a sensibilidade do designer curitibano, explorando temas sociais, culturais e universais em obras que unem técnica e narrativa visual de forma única. Gratuita e acessível, a mostra convida o público a conhecer a contribuição de Fukushima para o design gráfico e a mergulhar em sua produção diversificada e inovadora.
Local de Realização: Sala Arte & Design – UFPR
Data: 02 de outubro e 16 de novembro de 2025
Abertura: 02/10 às 19h
Endereço: Universidade Federal do Paraná, Reitoria – Prédio Dom Pedro I (Rua gen. Carneiro,460, Centro – Curitiba / PR)
Entrada Gratuita

Oficina E Palestra
A palestra Narrativas da Imaginação em Cartazes: Explorando o Poder do Design, com Naotake Fukushima, reuniu público na UFPR – Prédio Dom Pedro I e também foi transmitida ao vivo pelo YouTube, ampliando o acesso ao conteúdo.
Naotake apresentou reflexões sobre o papel do cartaz como expressão artística e meio de comunicação, destacando seu poder de sensibilizar, provocar e registrar o espírito do tempo. A conversa abordou como o design gráfico pode ir além da função informativa, tornando-se um espaço de criação e crítica cultural.
A atividade integrou a programação da exposição “Narrativas da Imaginação: A Arte dos Cartazes de Naotake Fukushima”, em cartaz na Sala Arte & Design – UFPR, e garantiu certificado de participação aos inscritos.
A oficina Narrativas da Imaginação em Cartazes, ministrada por Marcos Minini, acontecerá no dia 29 de novembro, das 09h às 13h na Sala 804 do Prédio Dom Pedro I – UFPR. A atividade convida o público a explorar o poder das narrativas visuais e o papel da imaginação na criação de cartazes que comunicam ideias, emoções e histórias.
Com uma abordagem prática e reflexiva, os participantes terão a oportunidade de compreender como os elementos gráficos podem transformar mensagens em experiências visuais impactantes. A oficina é voltada especialmente para pessoas interessadas em design, arte e comunicação, com prioridade de vagas para grupos minorizados.
Faça sua inscrição através do formulário: https://forms.gle/LgRvGSxgYhA93G5P9


1991 – 1° NDesign – Encontro Nacional dos Estudantes de Design
O NDesign, Encontro Nacional dos Estudantes de Design, era um evento anual que reunia estudantes de diversas áreas de design de todo o Brasil até ser interrompido com a Pandemia. O evento era composto por palestras, oficinas, festas e atividades para promover interação entre os participantes. O evento surgiu da necessidade de criar um espaço no qual os estudantes se sentissem representados e pudessem discutir questões específicas relacionadas aos seus cursos e aspirações. O primeiro NDesign ocorreu em Curitiba, com Naotake Fukushima como presidente da comissão organizadora.
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1992 – Segunda Bienal Brasileira do Design
Em 1992, realizou-se em Curitiba a II Bienal Brasileira de Design, no Edifício Castelo Branco, atual sede do Museu Oscar Niemeyer, sob a direção de Ivens Fontoura. Um dos temas abordados durante a Bienal foi “Design para Zonas de Emergência”, com o intuito de incentivar a participação dos estudantes na resolução de problemas ocasionados por catástrofes.
O cartaz, posteriormente, foi selecionado para a 3ª Bienal Internacional de Cartaz do México, em 1994, e em 2019 fez parte da Mostra “Em Cartaz: Design Gráfico Para Eventos de Design” ocorrido no Museu da Casa Brasileira, tendo como curadores Débora Buonano e Marcos da Costa Braga, através do qual foram escolhidos no acervo do colecionador e designer Auresnede Pires Stephan, juntamente com o Cartaz do 1 º NDesign.
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1993 – Pessoas Marcadas
Este cartaz fez parte da divulgação do Grupo de Dança da UFPR, que encenou uma peça com o nome “Pessoas Marcadas”, no Teatro da Reitoria, 1993, com coreografia de Rafael Pacheco.
Fundada em 10 de maio de 1981, a Companhia de Dança da UFPR Téssera, inicialmente denominada ‘Grupo de Danças da Universidade Federal do Paraná’, trazia consigo a proposta de popularização da dança, com um caráter experimental que gradativamente evoluiu e se adaptou conceitualmente, de modo a conquistar o reconhecimento por seu trabalho ininterrupto desde sua fundação.
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2010 – 20° Festival de Inverno da UFPR
Anualmente a Universidade Federal do Paraná promove um festival na cidade de Antonina, no litoral do Paraná. O festival apresenta shows, oficinas e atividades artísticas que movimentam a cidade por diversos dias. Nesta edição, de 2010, foi realizado um concurso para a escolha do cartaz, que deveria representar as diversas atividades desenvolvidas no festival.
Desde 1991, o Festival de Inverno da UFPR promove a criação de um espaço aberto de aprendizagem, prática e reflexão crítica, apreciação e produção artística e cultural numa articulação entre ensino, pesquisa e extensão.
O Festival busca formas de tornar o conhecimento acessível em ambientes diferentes do acadêmico, em um processo de integração entre a Universidade e os vários segmentos da sociedade, transformando a cidade em um espaço de fomento a experimentações artístico-culturais.
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2014 – Mia Cara Curitiba
Mia Cara é um festival idealizado pelo Consulado Geral da Itália, em Curitiba, com o objetivo de aproximar brasileiros, italianos e seus descendentes do melhor da Itália moderna do século 21, sem esquecer a rica história do país. O cartaz em questão foi criado para o evento de 2014 e exposto no Shopping Palladium, com o tema ‘Una locandina per Curitiba’. Vários designers ligados à Pró-Design>PR apresentaram criações exclusivas de cartazes para o Mia Cara Curitiba em 2014.
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2019 – Saporski – 150 anos da imigração polonesa no Brasil
A exposição “Saporski – 150 anos da imigração polonesa no Brasil” ocorreu em 2019, na Casa da Cultura Polônia Brasil, com o intuito de celebrar a imigração polonesa no país e seus 10 anos de memória em Curitiba. O evento exibiu imagens históricas, textos sobre o contexto histórico da Polônia, uma narrativa sobre a vida de Sebastião Edmundo Wos-Saporski e sua chegada em Curitiba, além de outros aspectos relevantes. Saporski é reconhecido como o “Pai da Imigração Polonesa no Brasil”. O cartaz aqui apresentado foi elaborado no intuito de divulgação e identidade visual da exposição.
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2020 – Posterdemic
Chamada on-line para a criação de cartazes que abordassem a temática da Pandemia, ocorrida em 2020, resultou em uma participação significativa, com 182 cartazes de diversos países do mundo submetendo suas obras.
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2020 – 34ª edição do Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira
O Concurso do Cartaz do Prêmio Design MCB, organizado pelo Museu da Casa Brasileira, é um dos concursos de maior longevidade no Brasil e é considerado um dos mais prestigiados concursos nacionais/do país . Realizado anualmente desde 1995, destina-se a estimular a criação e discussão em torno dessa forma de expressão gráfica, buscando restabelecer sua importância nas estratégias de divulgação. Em 2020, na 34ª edição, pela primeira vez foi introduzido um tema específico, o Papel Social do Design. Ao longo do processo, a competição foi impactada pela pandemia de Covid-19, o que levou a adaptações no formato e no processo de seleção, que passaram a ser realizados de maneira digital. Nessa edição houve 403 inscrições de 18 estados. Além do cartaz ganhador, teve mais 10 cartazes selecionados e este foi um deles para compor a amostra.
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2022 – V Varal do Design
O Varal do Design é uma mostra bienal nacional de cartazes, aberta a designers e artistas gráficos de todo o país, que visa valorizar a criação autoral em design gráfico, incentivando a criatividade e a originalidade. Em sua edição de 2022, com o tema “ALÉM DA JANELA”, propôs uma reflexão sobre o contexto de pandemia e afastamento, incentivando a busca por novas formas de olhar, viver e reinterpretar o cotidiano. A exposição contou com cartazes de 20 designers.
Cartaz para Varal do Design esteve no evento Cidades Criativas da Unesco, em Santos (SP), na Casa da Frontaria Azulejada. O evento Expo Brazilian Creative Cities (Expo Cidades Criativas Brasileiras), de 2022, propôs uma troca de experiências e informações sobre cultura, criatividade e a economia criativa no contexto urbano.
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2022 – 8º Santos Film Fest
O Santos Film Fest – Festival Internacional de Filmes de Santos, desde 2016 promove o cinema nacional, resgata a história cinematográfica, forma público, democratiza o acesso à cultura e incentiva o intercâmbio entre cidades e países. A programação gratuita abrange exibições de curtas, médias e longas-metragens, debates, oficinas, exposições, apresentações musicais e uma virada cinematográfica com café da manhã. O evento, com o tema do diálogo entre Don Corleone e Zé Pequeno, ocorreu em 2022 e explorou simbologias, cenários e personagens que representam o Brasil na Cidade de Deus e a máfia italiana. Em homenagem aos 50 anos de O Poderoso Chefão e aos 20 anos de Cidade de Deus, foram criados 25 cartazes. O festival recebeu inscrições de obras de diversas partes do Brasil.
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2023 – 9º Santos Film Fest
O Santos Film Fest – Festival Internacional de Filmes de Santos, desde 2016, promove o cinema nacional, resgata a história cinematográfica, forma público, democratiza o acesso à cultura e incentiva o intercâmbio entre cidades e países. A programação gratuita abrange exibições de curtas, médias e longas-metragens, debates, oficinas, exposições, apresentações musicais e uma virada cinematográfica com café da manhã. A exposição 25/50: de Regan a Josué visou celebrar dois clássicos do cinema que completaram aniversários importantes em 2023. O Exorcista completa 50 anos e, Central do Brasil, 25 anos. Desse modo, os artistas foram convidados a produzirem cartazes que mesclam elementos desses dois clássicos do cinema. O cartaz foi selecionado em primeiro lugar e foi utilizado para as peças de divulgação da amostra.
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2023 – International Poster Biennale in Warsaw
A Bienal Internacional de Cartazes em Varsóvia celebra as conquistas notáveis no campo do design, destacando o talento diversificado de artistas internacionais. Na edição de 2023, a 28ª Bienal, o tema foi “Casa”. Além da Competição Temática, os artistas também participaram da Competição Principal. Os cartazes passaram por uma pré-seleção de um comitê e foram avaliados por um júri internacional para premiação. Os trabalhos selecionados foram exibidos durante o evento e expostos pela cidade de Varsóvia (Polônia) e posteriormente compilados em um catálogo, usado para documentação e promoção da Bienal e seus participantes.
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2023 – Mostra COD Pôster
A Mostra COD (City of Design) Poster Brasil 2023, realizada em parceria com entidades de design e o apoio de governos locais, teve como objetivo promover reflexões sobre o papel do design nas cidades de Curitiba, Brasília e Fortaleza, reconhecidas como Cidades Criativas do Design pela UNESCO. A iniciativa visava incentivar a cooperação entre essas cidades, destacando a importância da criatividade e inovação no desenvolvimento urbano sustentável por meio do design. A exposição contou com a seleção de 10 cartazes representativos de cada localidade, totalizando 30 cartazes, exibidos em diversos pontos das cidades. Em Curitiba iniciou-se na sede da Prefeitura e circulou entre as 10 regionais nas Ruas da Cidadania, com grande circulação da população.
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2024 – Mostra “Imagens de Lutas. Imagens de Resistência”
A exposição “Imagens de Lutas. Imagens de Resistência” faz parte do evento “60 anos do golpe: memória, lutas e resistências”, organizado pelos setores de Ciências Jurídicas, de Ciências Humanas e de Arte, Comunicação e Design da UFPR, em Curitiba, no primeiro semestre de 2024. O evento tem (teve?) por objetivo refletir sobre a ditadura militar no Brasil, apresentando imagens que mostram seus impactos na cultura visual do país. O objetivo foi atualizar o debate sobre democracia e direitos civis, políticos e individuais, através das perspectivas de artistas e designers de diferentes origens. O cartaz apresentado nesta mostra teve o título de “Não deixe que apaguem esta história”.
Como parte da ação, diversos cartazes foram colados pela cidade de Curitiba.
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2024 – 10º Santos Film Fest
De 18 a 26 de junho aconteceu o 10º Santos Film Fest: Festival de Cinema de Santos, com programação gratuita e diversificada. A edição este ano irá homenagear (homenageou) a atriz Carol Castro, a diretora Julia Rezende e o professor Wanderley Camargo.
Descrição dos 10 elementos obrigatórios para este cartaz:
Dona Flor e Seus Dois Maridos de Bruno Barreto: 3 anéis entrelaçados
– O Filme da Minha Vida de Selton Mello: Bicicleta
– Fellini Oito e Meio de Federico Fellini: Filmadora
– Turma da Mônica Laços de Daniel Rezende: Coelho de Pelúcia
– Lamarca de Sérgio Rezende: Fuzil AK-47
– Amor Maldito da Adélia Sampaio: Coração partido
– Selvagem do Diego da Costa: Megafone
– Cidade de Deus de Fernando Meirelles: Galo
– Central do Brasil de Walter Salles: uma mão escrevendo carta
– O Poderoso Chefão 2 de Francis Ford Coppola: Manipula para marionete
Os elementos brincam entre si, como se fossem projeções suaves em uma tela translúcida, entrelaçando-se em uma composição caleidoscópica de cores e formas.
As sobreposições resultam em uma fusão de tonalidades, cada uma contando sua própria história e contribuindo para um quadro vibrante e multifacetado.
Este espetáculo visual é uma celebração da interconexão entre as diversas obras cinematográficas, cada uma influenciando e sendo influenciada pelas outras, em um emaranhado de inspirações e criatividade.
É um testemunho da vastidão das possibilidades que o cinema oferece ao público, uma imagem encantadora na qual a imaginação floresce em todas as cores do arco-íris.
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2025 – Exposição Fanzine Ovo de Colombo
No cartaz, foi utilizado um retrato de Cristóvão Colombo segurando um ovo, que representa simbolicamente o nosso fanzine. A imagem faz referência à anedota do “ovo de Colombo”, na qual o navegador demonstra que algo aparentemente impossível pode ser feito com uma simples mudança de perspectiva — bastando querer e agir.
A composição do cartaz recria esta ideia: Colombo segura o ovo como se estivesse apresentando o fanzine ao mundo. O visual remete intencionalmente à estética dos fanzines dos anos 1990, com aparência de fotocópia e colagem manual. Acima da imagem, foram sobrepostos um olho e uma boca, criando uma espécie de montagem expressiva — ele “grita”, simbolizando o impulso de se expressar e de dar voz às ideias, como fizeram os criadores do fanzine.
Ao fundo, surgem discretamente algumas figuras de vírus, fazendo alusão tanto à influência disseminadora do fanzine no cenário do design brasileiro quanto à crítica contemporânea ao papel de Colombo como colonizador — inclusive trazendo doenças às américas. Essa sobreposição de sentidos tem como intenção provocar reflexões sobre o legado histórico e o olhar crítico atual, 35 anos após a criação do fanzine.
Colombo é retratado com uma tonalidade amarelada, remetendo ao papel envelhecido dos fanzines originais, mas de forma exagerada para gerar impacto visual. No lugar do ovo ilustrado, é colado um ovo de plástico em tamanho real, reforçando a concretude das ações e a presença física e simbólica do fanzine.


































